esqueleto
dia 2 de outubro, 14:30, praça
cardeal câmara – lapa, rio de janeiro.
por que é preciso destruir o velho para que
se crie o novo. por que é preciso quebrar o sólido até que o fragmento
re-signifique. por que é preciso reconhecer quando um cenário já não pode dar
conta do fazer artístico, seja por questões financeiras que assombram a
concretização dos projetos culturais e artísticos no brasil e que não raramente
inviabilizam sua continuidade, seja por que o teatro é fluxo, criação
ininterrupta, obra em processo até o ultimo dia. e por vezes esse fluxo aponta
outros territórios a serem explorados, uma mudança de direção, um re-fazer,
re-pensar, re-criar diário. até onde determinada cenografia consegue adaptar-se
às novas exigências que surgem ao longo de uma temporada? como uma cenografia
pode acompanhar essa mudança constante, esse re-fazer-se da cena?
esqueleto: por que é urgente não permanecer.
por que é necessário acentuar o risco. por que é preciso retomar as ruas. é
preciso aliviar o peso para que se possa enfim respirar.
breve descrição: as 14:30 na praça cardeal
câmara será traçado, com fita crepe, um circulo de 5m de diâmetro, que divido
em 9 partes.
após isso, serão carregadas as partes do
cenário armazenado no teatro dulcina até a praça. esse trajeto será feito 4
vezes: uma procissão, todos juntos, carregando os módulos. na última caminhada
serão carregados os sacos de terra, o vergalhão, o lírio e os materiais da
performance. podemos aceitar ajuda de passantes, devemos aceitar ajuda se
oferecida.
depois que todos os módulos estejam na praça,
o cenário será montado dentro da marcação de crepe. ao terminar, os módulos
serão limpos e o vergalhão será fixado.
perto do cenário estarão dispostos todos os
materiais da performance, como tintas,
ferramentas e pedras, que ficarão disponíveis para o livre manuseio dos
passantes. a palavra “maracanã” será exposta em uma faixa na frente do cenário.
neste momento, haverá um intervalo de 1 hora. a interação do publico espontâneo
é sempre bem-vinda.
transcorrido esse tempo, as pedras
portuguesas serão atiradas, marcando o início da destruição do cenário. essa
destruição será feita de forma aleatória, com qualquer material e aberta para
qualquer pessoa. só termina quando tudo o que restar sejam apenas fragmentos
que caibam em sacos pretos de lixo.
por último, todos os destroços serão
recolhidos e colocados dentro de 7 sacos plásticos, que devem ser grandes. eles
serão dispostos lado a lado, com a faixa “maracanã” por cima, até que a comlurb
recolha.
materiais do esqueleto:
- cenário de concreto armado, que é composto
por 9 praticáveis de madeira, 1 vergalhão, 2 sacos de terra e 1 lírio da paz.
- 1 rolo de fita crepe
- 1 pano de chão e balde
- 1 vassoura
- martelos
- marretas
- serrotes
- pedras portuguesas
- tinta jet colorida
- formão
- canetas pilot
- 7 sacos plásticos grandes e pretos
- 1 pá
- 1 faixa branca
elsa romero