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sábado, 21 de junho de 2014

depois de tudo já terminado...

começo por uma dúvida: talvez eu devesse escrever essas palavras em meu blog pessoal, ou no meu caderno, agenda, nas paredes de casa, ou talvez apenas nas paredes da consciência.

depois ultrapasso a dúvida e penso: por que não escrever no blog de concreto armado toda essa coisa que me toma e me impede alguma chegada?

o processo continua em mim, feito máquina de moer carne (e também ossos). como é difícil olhar o caminho percorrido, agora, depois de tudo já terminado. percebo que tudo acaba e tudo continua. e que é esse o jogo mais cruel e sensato: a vida continua.

depois penso - e começo a realmente perceber - que a dor é minha e não é de mais ninguém. existe uma cobrança imensa que eu trouxe a mim quando na verdade, talvez, eu tivesse que ter deixado ela simplesmente passar por mim, por este projeto... eu não sei. precisou e ainda se está precisando de tempo.

tenho a terrível sensação que o desejo - hoje - é capaz de ferir e cansar, o desejo é essa força que revoluciona e que agrega, mas também é a força capaz de gastar e torturar. que cansaço esse processo de criação. que abismo imenso. quantas tentativa e quanta - ainda - irresolução. ok. eu penso agora: mas havia algo a ser resolvido? não, não havia... mas a cobrança do mundo nos confronta com a poesia crua e ingênua das nossas intuições e desejos mais primitivos: era só uma peça de teatro. devia ter sido apenas isso.

mas para onde a levei? eu, um dos inúmeros criadores deste projeto?

eu não sei. ao menos, agora, desejo me juntar novamente para tocar no impossível com mãos mais calejada e íntimo absurdamente mais ciente do buraco no qual nos lançamos.