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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Caderno de notas

Comprei um caderno vermelho. Pautado. Nele estou escrevendo tudo e mais um pouco. Neste mês de junho de 2012, estou lendo duas obras simultaneamente: 1808 de Laurentino Gomes e O Enigma do Capitalde David Harvey. Com o primeiro livro, entro em contato com a história da vinda da família real portuguesa ao Brasil, fugindo às pressas do cerco realizado por Napoleão Bonaparte na Europa. Já com a obra de Harvey, entro em contato com a crise imobiliária iniciada em 2008 nos Estados Unidos e, por consequência, a crise que se evidencia na lógica capitalista.

A leitura destas referências não pretendem nada exceto dinamitar a minha busca por alguma coisa que ainda não me importa saber qual é. Gosto muitíssimo de percorrer inúmeras referências sem saber ao certo o que procuro. Eu acredito - veementemente - que as coisas vão sendo encontradas e perdidas, que é possível e necessário se afetar não somente por aquilo que se julga conhecido, mas, sobretudo, pelo o que - ainda - não se sabe.

1808           O ENIGMA DO CAPITAL

Assim, neste caderno vermelho de notas vou registrando leituras, opiniões, vou tentando clarear o meu olhar e também inventá-lo. Estudar a história do Brasil parece um tanto frutífero, visto que começo a reconhecer no passado do Brasil uma porção de características que hoje, sem dúvida alguma, nos fazem uma nação tão colonizada como éramos antigamente. Por outro lado, ao se propor o contexto da Copa do Mundo de 2014 como ponto de partida para a dramaturgia deste espetáculo, analisar e entender a lógica capitalista de nossos tempos é uma ferramenta determinante, pois é por meio deste entendimento que se pode olhar - menos ingenuamente - em direção às estruturas que nos amarram e determinam.

Além destas duas referências, é inegável que a leitura de revistas e jornais - e sobretudo o incessante recortar dos mesmos - vão me permitindo não somente acompanhar os desdobramentos (muitas vezes trágicos, outras vezes completamente absurdos) das questões diretamente relacionadas à Copa do Mundo, mas também, me permitem especular aquilo que a dramaturgia de certa forma ambiciona por antever, por anunciar, sem total certeza de sua concretização.

Estou falando de criação. Aqui disponho os meios pelos quais me é possível tocar a questão e desbravá-la, ao mesmo tempo em que também vou criando possíveis abordagens ficcionais que de ficcionais não possuem - realmente - quase nada.

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