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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Glorinha (Maria da Glória)

Por Laura Nielsen

Experiências que me abriram o olhar e me proporcionaram uma tomada de consciência:

- Aos 10 anos, por ser uma criança muito bagunceira e conversar muito durante as aulas, fui punida. A coordenadora do Colégio São Vicente, onde eu estudava, me trocou de turma. Fui separada das minhas amigas e caí numa sala onde não conhecia ninguém, e todos me olhavam com desconfiança. Sofri demais!! Acho que pela primeira vez na vida me senti completamente solitária e inadequada. O sentimento de injustiça também foi enorme.

- Morte da minha avó. Acho que eu tinha uns 13 anos. Vi ela definhando de câncer. Uma imagem dela muito magrela, com a pele do rosto e da boca descamando e meio cinza, me marcou muito. Era a morte próxima. Ou a morte já presente, palpável.

- Morei um ano fora do Brasil. Acho que se fosse em qualquer parte do mundo já seria uma oportunidade de muita descoberta, por permitir um olhar distanciado do Brasil. Morei dos 17 para os 18 anos na Dinamarca. País gelado, com um dos menores índices de corrupção do mundo, onde tudo funciona perfeitamente. Mesmo! Eu, acostumada com a pobreza e a precariedade do Brasil, achei tudo bem impressionante!

- Com 18 anos, depois de algum tempo aprisionada no esporte (fui atleta na adolescência), larguei a natação e voltei a fazer teatro! Uma libertação! Descoberta do corpo, da poesia...

- Assisti “Romeu e Julieta” do Grupo Galpão e logo em seguida vi um show do Antonio Nóbrega, dois trabalhos que me emocionaram muito e me despertaram um enorme interesse pela cultura popular.

- Leitura do livro “Mulheres que correm com os lobos”. Um olhar super profundo sobre a sensibilidade feminina.