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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

pouco a pouco


Concreto armado
Diogo Liberano
Keli Freitas






O que nos fascina, nos arrebata o nosso poder de atribuir um sentido, abandona a sua natureza “sensível”, abandona o mundo, retira-se para aquém do mundo e nos atrai, já não se nos revela e, no entanto, afirma-se numa presença estranha ao presente do tempo e à presença no espaço. A cisão, de possibilidade de ver que era, imobiliza-se em impossibilidade, no próprio seio do olhar. Assim, o olhar encontra naquilo que o torna possível o poder que o neutraliza, que não o suspende nem o detém mas, pelo contrário, impede-o de jamais terminar, corta-o de todo o começo, faz dele um clarão neutro extraviado que não se extingue, que não ilumina, o círculo, fechado sobre si mesmo, do olhar. Temos aqui uma expressão imediata dessa inversão que é a essência da solidão. O fascínio é o olhar da solidão, o olhar do incessante e do interminável, em que a cegueira ainda é visão, visão que já não é possibilidade de ver mas impossibilidade de não ver, a impossibilidade que se faz ver, que persevera – sempre e sempre – numa visão que não finda: olhar morto, olhar convertido no fantasma de uma visão eterna.

BLANCHOT, Maurice. O espaço literário. Rio de Janeiro: Rocco, 2011. P.24.


Espaço e tempo da ação
Cidade do Rio de Janeiro, Brasil, durante os sete primeiros meses do ano de 2014.


Personagens
Alexandre [Gunnar Borges]
Antonisia [Caroline Helena]
Eleonora [Natássia Vello]
Manuela [Marina Vianna]
Paolo [Andrêas Gatto]
Riane [Adassa Martins]
Virgília [Flávia Naves]

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